terça-feira, 7 de maio de 2013

Contestação do Poder Monárquico pelos Movimentos Emancipacionistas Brasileiros dos séculos XVIII e XIX.


André Pereira Rocha
Analista PIP CBC História
SRE Caxambu

Título: Contestação do Poder Monárquico pelos Movimentos Emancipacionistas Brasileiros dos séculos XVIII e XIX.

Ano: 8º Ano

Tópico/Habilidade:
11. Revoluções liberais: industrial, americana e francesa / 11.2. Conceituar historicamente no contexto das revoluções: república, liberalismo e cidadania.
12. Inconfidências e Brasil Joanino: movimentos de contestação e reorganização da relação metrópole/colônia. / 12.1. Caracterizar e analisar os diversos movimentos políticos no Brasil de fins do século XVIII e início do século XIX.
13. A Revolução de 1817 e a Independência - 13.1. Perceber a constituição de uma identidade brasileira, entre fins do século XVIII e início do XIX, em paralelo com as identidades locais (mineira, pernambucana, baiana, paulista, etc.) e com a identidade portuguesa.


Objetivos:
- Analisar os principais conceitos em relação ao Iluminismo e a contestação do poder monárquico.
- Relacionar os movimentos brasileiros ao pensamento político da época.
- Estabelecer parâmetros entre o funcionamento de uma Monarquia e de uma República.

Aulas Previstas: 2 aula

Pré-Requisitos: O conhecimento prévio das monarquias absolutistas da Europa auxiliaria na compreensão da aula aqui exposta, já que o ponto inicial começa sobre a crítica a este regime.

Recursos: O professor pode projetar as duas imagens. A bandeira dos Inconfidentes é para ilustrar a perpetuação da ideia. Caso isso não seja possível, deve-se entregar uma cópia para cada um ou utilizar o mapa que existe no livro didático. Já os textos, eles devem ser fotocopiados e separados, mas deve haver uma cópia de cada um para cada aluno ao final.



IMAGEM I
Bandeira atual de Minas Gerais
Tradução: "Liberdade mesmo que tardia." (Tradução comumente feita)



IMAGEM II
Possível bandeira criada pelos inconfidentes (1789)



TEXTO I
"Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! (Escute o saber!) Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento.".
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?. 1784. pág. 1.


TEXTO II
"Para este esclarecimento, porém, nada mais se exige senão liberdade. E a mais inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer um uso público de sua razão em todas as questões."
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?. 1784. pág. 2.


TEXTO III
"Mas o modo de pensar de um chefe de Estado que favorece a primeira vai ainda além e compreende que, mesmo no que se refere à sua legislação, não há perigo em permitir a seus súditos fazer uso público de sua própria razão e expor publicamente ao mundo suas idéias sobre uma melhor compreensão dela, mesmo por meio de uma corajosa crítica do estado de coisas existentes. Um brilhante exemplo disso é que nenhum monarca superou aquele que reverenciamos."
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?. 1784. pág. 5.

Texto integral disponível em http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/b47.pdf



1º Momento:

De início, o professor deve levar um problema aos alunos: o que significa a bandeira de Minas Gerais. Deve-se buscar o máximo de informações possíveis dos alunos, principalmente, com relação aos dizeres contidos nela e do porquê utilizarmos ela. Isso pode ser feito tanto projetando a imagem quanto utilizando as disponíveis nos livros didáticos dos alunos. Questionamentos possíveis poderiam ser:

- Por que o estado de Minas Gerais tem essa bandeira?
- Por que usamos ela? O que isso tem haver com a Inconfidência Mineira?
- Alguém sabe o que quer dizer a frase posta da bandeira?
- Por qual motivo temos uma bandeira com os dizeres "Liberdade mesmo que tardia"? O que isso quer dizer? Como se relaciona aos Inconfidentes?

Após a exposição dessas inúmeras questões, o professor deve explanar acerca dos Movimentos Emancipacionistas que ocorreram no Brasil nos séculos XVIII e XIX (Inconfidência Mineira, Conjuração Baiana, Revolução Pernambucana, até mesmo Confederação do Equador) e relembrar o contexto histórico do período, pontuando principalmente que apesar das diferenças regionais e do processo de cada uma, todas elas tiveram em comum um pensamento específico: o pensamento iluminista e a proclamação de Repúblicas.


2º Momento:

Para prosseguir, divida as cópias dos três trechos do texto "O que é Esclarecimento?", de Kant, e forme três grupos de alunos em sala de aula. Cada aluno receberá um destes trechos. Não é necessário separar ou pontuar rigidamente esta divisão, basta entregar os três textos fazendo com que cada grupo fique com um. Ao fim da aula, todos eles devem receber os trechos faltantes.

Após a entrega, o professor deve pontuar quem foi o filósofo Immanuel Kant, focando principalmente seu pensamento iluminista e qual é o objetivo deste texto especificamente. Caso o professor não o conheça, há o link acima com o texto integral.

Com a introdução ao autor feita, o professor deve pedir para que um aluno que tenha o TEXTO I leia em voz alta para a sala. Em cada leitura, o professor deve questionar o que os alunos entenderam de cada trecho. Existindo a dificuldade, o professor deve refazer a leitura explicitando e explicando parte a parte até que todo ele seja compreendido. Seria também interessante se cada aluno sublinhasse as palavras mais importantes que ele acha que estão no texto, para serem retomadas posteriormente. Este pedido, pode ser feito após o auxílio na interpretação do professor, sendo feito também com os TEXTOS II e III.

O essencial que deve ser pontuado nestes trechos é a autonomia que o autor acredita que cada homem deve ter por si só, a liberdade como ponto fundamental dessa autonomia, a dificuldade de Estados (no caso do texto, as monarquias) têm de aceitarem tal características nos indivíduos e, principalmente, que tal patamar de esclarecimento e compreensão da situação só é possível através da razão do homem.


3º Momento:

Com a discussão acerca das características da bandeira de Minas Gerais e com a leitura dos trechos do texto de Kant, o professor deve agora auxiliar os alunos a sintetizar os dois contextos. Questões possíveis para debate são:

- Em quais pontos as características que encontramos na bandeira de Minas Gerais se parecem com as descritas no texto do filósofo iluminista Kant?
- A liberdade, exposta tantas vezes nos trechos do filósofo, é a mesma liberdade que aparece na bandeira de Minas?
- Quais eram os principais problemas que fizeram com que aparecessem os Movimentos Emancipacionistas? Com o quê eles se relacionam com o TEXTO III?

O objetivo é fazer com que os alunos consigam inserir os dois contextos numa mesma ideia: o de contestação do Estado Monárquico a partir da ação de homens esclarecidos e que têm compreensão de suas necessidade políticas.


4º Momento:

Ao fim, para sintetizar as discussões e discutir as estruturas políticas, o professor deve construiu um quadro junto aos alunos para estabelecer os principais parâmetros de discussão acerca do assunto. O professor deve levar em consideração acerca do que eles conhecem do funcionamento do governo republicano hoje e correlacionar como base com o dos emancipacionistas a partir dele.

O quadro deve ser construído junto aos alunos, com base em suas respostas e buscando deles o que acham do funcionamento de cada estrutura e retomando sempre todos os aspectos discutidos anteriormente. Abaixo, segue uma sugestão de como isso pode ser montado. O preenchimento busca explicitar os pontos principais, mas as respostas devem ser discutidas com todos, ponto a ponto, focando principalmente a diferença que existia entre elas na época e do porquê do desejo de mudança de um para outro.

Século XVIII
Pensamento Monárquico
Pensamento Emancipacionista
Pensamento
Absolutista (Ressaltar que não foi igual em todos)
Iluminista (Liberal)
Governo
Monarquia
República (Democracia)
Poderes do Governo
Reunidos na figura do rei
Divididos em Executivo, Legislativo e Judiciário
Voto
Parlamento (Aristocracia)
Ressaltando que não existia em todos os países monárquicos.
Cidadãos
Economia
Mercantilista
Liberal

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