terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Palestra - Afetividade e Práticas Pedagógicas: construindo o sucesso escolar

A palestra "Afetividade e Práticas Pedagógicas: construindo o sucesso escolar", proferida pelo professor Sérgio Antônio da Silva Leite (FE/UNICAMP) e realizada pelo programa Aulas Magistrais da UNICAMP, foca a importância da afetividade na relação professor/aluno e o desenvolvimento do pensamento Monista, este que entende a Razão e a Emoção co-existindo e agindo simultaneamente no homem.

Afetividade e Práticas Pedagógicas: construindo o sucesso escolar

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Aprovado pelo Senado o projeto que regulamenta profissão de Historiador


O Senado aprovou nesta quarta-feira (7) projeto que regulamenta a profissão de historiador. O PLS 368/09, do senador Paulo Paim (PT-RS), estabelece que o exercício é privativo dos diplomados em cursos de graduação, mestrado ou doutorado em História. Os historiadores poderão atuar como professores de História nos ensinos básico e superior; em planejamento, organização, implantação e direção de serviços de pesquisa histórica; e no assessoramento voltado à avaliação e seleção de documentos para fins de preservação.

Aprovado nas comissões de Assuntos Sociais (CAS); de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ); e de Educação, Cultura e Esporte (CE),  o projeto recebeu emenda, em Plenário, do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) que retirou do texto original a referência aos locais onde o trabalho do historiador poderia ser desempenhado.

Discussão

Assim como Pedro Taques (PDT-MT), o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) votou contra o projeto. Ele considerou "um profundo equívoco" dar exclusividade em atividades de ensino e pesquisa, seja em graduação ou pós-graduação, apenas para quem tem formação em História. Na opinião do parlamentar, a situação cria "absurdos" como impedir que economistas, sociólogos, diplomatas ou outros profissionais qualificados ministrem a disciplina, havendo o risco de "engessar" o ensino da História.

[A História] É a investigação sobre a evolução das sociedades humanas que tem que ser vista sob os mais diferentes prismas. História é política. História é vida. História é pluralismo. Não pode ser objeto de um carimbo profissional – argumentou.

Aloysio Nunes ainda condenou o que chamou de "reserva de mercado" dos profissionais com curso superior em História e a formação de uma "República Corporativa do Brasil", onde cada profissão exige "seu nicho de atividade exclusiva em prejuízo da universalidade do conhecimento".

Capacitação

Já a senadora Ana Amélia (PP-RS) defendeu o projeto ao ler relatório do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), aprovado na CCJ, em que este declara que "a omissão do legislador pode permitir que pessoas inabilitadas no exercício profissional coloque em risco valores, objetos ou pessoas."
O texto ressalta ainda a relevância do papel do historiador na sociedade, com "impactos culturais e educativos" capazes de ensejar "a presença de normas regulamentadoras" da profissão. E conclui que não pode permitir que o campo de atividade desses profissionais seja ocupado por pessoas de outras áreas, muitas delas regulamentadas, mas sem a capacitação necessária para exercer o trabalho.

A matéria segue agora para votação na Câmara dos Deputados.

"Ensinar é muito mais que passar conteúdo"




Ocimara Balmant - O Estado de S. Paulo

Se a escola focar apenas o conteúdo, o processo de aprendizagem não tem a menor chance de ser bem-sucedido. Isso é o que defende a neurocientista Adele Diamond. "Se as necessidades emocionais, sociais e físicas forem ignoradas, não há excelência acadêmica." Canadense, ela falará no seminário Educação Infantil: Evidências Científicas sobre as Melhores Práticas, promovido pelo Instituto Alfa e Beto, nesta sexta-feira, em São Paulo.

Como surgiu seu interesse pelo estudo da neurociência na educação? 

Meus primeiros três anos de pesquisa foram no campo da sociologia e da antropologia. Quando estava terminando, vi que não era aquilo que eu queria. Então, me lembrei de um seminário em que a palestrante havia dito que crianças do mundo todo mostravam as mesmas alterações cognitivas - como ser capaz de descobrir um objeto escondido ou a angústia de uma separação - com aproximadamente a mesma idade, mesmo que suas experiências tenham sido muito diferentes. "Não podemos ser apenas fruto da experiência e da aprendizagem. Deve haver um componente de maturação cerebral", ela disse. Foi dessa inquietação que cheguei à neurociência.

E como foi sua pesquisa?

Foquei meus estudos no córtex pré-frontal do cérebro - espaço do qual dependem as habilidades cognitivas - e também nessas habilidades, sobretudo em crianças pequenas.

Chamadas de funções executivas, as habilidades cognitivas respondem por uma série de fatores, como o controle da atenção (o que nos permite amplificar nossa percepção ou raciocínio em determinada direção); o autocontrole; a memória de trabalho (relacionada à manipulação de informações com propósito e não à sua armazenagem passiva); o raciocínio; a capacidade de resolução de problemas e a nossa flexibilidade cognitiva, intimamente ligada à criatividade.

Inúmeros estudos demonstram que isso tudo está relacionado ao desempenho acadêmico. Mas não o conseguiremos da forma como as crianças são educadas na escola. Se queremos melhores resultados acadêmicos, a rota mais eficiente e de melhor custo-benefício é, ao contrário do que diz a intuição, não se concentrar na formação conteudista, mas abordar também o desenvolvimento social, emocional e físico das crianças.

Como tratar o desenvolvimento cognitivo, físico e emocional? 

Em primeiro lugar, não são necessários equipamentos caros ou de alta tecnologia. Nas salas infantis, os jogos e brincadeiras - longe de representarem perda de tempo - são elementos vitais para melhorar o desempenho acadêmico das crianças. No ensino médio, em vez de ensinar física em sala de aula, que tal levar a classe para restaurar um carro velho? Isso, ao mesmo tempo em que exige a aplicação dos princípios da disciplina, faz com que os alunos pratiquem uma atividade física. E mais: é uma experiência de trabalho colaborativo, em que todos participam da tomada de decisão com um propósito compartilhado. Uma experiência rica de formação de comunidade.

Esse modelo não corresponde ao que se pede nas avaliações atuais, focadas em conteúdo.

O que queremos para nossos filhos? Nosso desejo é que eles sejam preenchidos com um monte de fatos? Penso que a maioria quer filhos capazes de resolver problemas, de raciocinar, de ser um pensador criativo. Mas, se as avaliações medem o que é prioridade da escola, e o foco dos testes atuais são apenas conteúdos, logo se vê que a educação não tem valorizado o raciocínio de resolução de problemas e a lógica criativa.

Quais são os prejuízos quando a escola ignora essa contexto?

Em nenhum lugar a importância da saúde social, emocional e física é mais evidente do que no córtex pré-frontal. Quando há problemas físicos ou emocionais, as crianças ficam mais pobres de raciocínio, esquecem as coisas, diminuem a capacidade de exercer disciplina e autocontrole. Se a sociedade quer alunos bem preparados, precisa levar a sério que as diferentes partes do ser humano são inextricavelmente interligadas. Se as necessidades emocionais, sociais e físicas forem ignoradas, isso trabalhará contra a excelência acadêmica. Por isso, mesmo que o objetivo seja só melhorar os resultados acadêmicos, não dá para ser apenas conteudista. Isso afasta novas descobertas.

Como estimular os alunos a serem desafiadores? 

Isso só é possível se a criança se sentir segura para errar. Sugiro um novo item para o relatório dos alunos, "aventurou-se em águas desconhecidas, tentou uma abordagem nova e diferente, foi criativo". Isso independentemente de sucesso ou fracasso em sua tentativa. Quando uma criança cai ao aprender a andar, não dizemos que ela recebe um "D" na caminhada, mas sim: "Não se preocupe, eu tenho certeza que você vai ser capaz de fazer isso". Precisamos tomar essa atitude para dominar habilidades na escola.

Qual conselho daria para os professores brasileiros? 

Em primeiro lugar, as crianças precisam se sentir compreendidas. Por isso, a humanidade de um professor é mais importante do que seu conhecimento ou habilidade. Segundo: para superar o que já sabem, as crianças precisam sentir que se acredita nelas. Terceiro: criança não é estudante universitário para ficar sentada por longos períodos. Elas aprendem melhor em movimento. Quarto: não use punição ou reforço negativo. Isso não funciona e pode fazer com que o pequeno se retraia.

Em vez disso tudo, incentive que uma criança ajude a outra. Estudos mostram que, em algumas situações, essa troca produz mais resultados do que a aula do professor. A lista é grande, não é? Mas o último ponto vai ajudar: os professores devem relaxar - eles não vão ser perfeitos (ninguém é!) e cometerão erros. É normal. Só não podem se estressar, porque assim nunca serão os docentes que sonham ser.


QUEM É

Adele Diamond, Professora na Universidade British Columbia, no Canadá, trabalha com Neurociência do Desenvolvimento Cognitivo, campo que estuda as mudanças que ocorrem na mente da criança à medida que cresce.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Escala de Proficiência e Habilidades da Avaliação de História do PROEB 2001

Em 2001, o PROEB contemplou todas as disciplinas do Ensino Fundamental, excetuando Língua Portuguesa e Matemática. Este foi o único momento em que elas foram cobradas dos alunos, sendo História uma delas. Com isso, foi construída uma escala de proficiência com as habilidades básicas a serem analisadas. Atualmente, essa escala não tem peso para as notas das escolas, pela disciplina não constar mais no processo. Mas podemos levar em consideração essas habilidades em nosso trabalho em sala de aula, já que circunscrevem habilidades históricas básicas.


Pelos parâmetros da proficiência podemos ter noção do quão complexa uma determinada habilidade é. Quanto maior a proficiência para alcançá-la, maior é a complexidade. De forma geral, a escala de História é divida em três grupos de habilidades: "Se Situar: Identificação", "Estabelecer Relações" e "Generalizar e Comparar".

No primeiro grupo, "Se Situar: Identificação", as habilidades postas são: temporalidade, operações de datação: compreensão de século, procedimento histórico básico, compreender a diversidade de fontes, identificar informações em narrativas de memórias, identificar informações em documentos escritos, identificar informações em linhas do tempo, identificar informações em gráficos e tabelas, identificar informações em fotografias e pinturas e identificar informações em charges.


Em "Estabelecer Relações", o segundo grupo de habilidades, as habilidades pontuadas são: inserir informação em um contexto histórico/historicidade, informação vinculada ao cotidiano privado ou à atualidade, cultura histórica sobre suporte de texto didático ou documento, temporalidade: ordenação, ordenação a partir de informações textuais ordenação a partir de linhas do tempo.

O terceiro e último grupo, "Generalizar e Comparar", são estabelecidas as seguintes habilidades: inferir/elaborar hipóteses a partir de informações diretas, inferir/elaborar hipóteses a partir de informações cruzadas, associar a história ao estudo do homem, comparar momentos históricos, comparar pontos de vista e compreensão de calendários como manifestações culturais.

Neste link (Escala de Proficiência de História - PROEB 2001) é possível visualizar as habilidades dentro da escala de proficiência, podendo analisar o grau de complexidade estipulado para cada uma delas. Levando em consideração o 9º ano - na época, ainda 8ª série, as notas de 160 a 220, são consideradas críticas, de 220 a 260, consideradas intermediárias e acima de 260 são suficientes. Mesmo sendo voltada para o último ano do fundamental, podemos, enquanto professores, analisar o desenvolvimento dessas habilidades nos vários anos de escolaridade.