quinta-feira, 21 de março de 2013

Projeto Cultural sobre mitos e lendas regionais - Juro que Vi

Prof.  André  Pereira Rocha
Analista PIP CBC - História
SRE Caxambu

Título: Projeto Cultural sobre mitos e lendas regionais - Juro que vi

Ano: 6º ano

Tópico/Habilidade: 1. População mineira e brasileira; várias origens, várias histórias. / 1.2 - Identificar a diversidade populacional presente em sala de aula, na escola e na localidade do aluno, em termos sociais, étnico-culturais e de procedência regional; analisar e interpretar fontes que evidenciem essa diversidade., 1.3 -  Conceituar cultura, mestiçagem e hibridismo. e 1.4 - Analisar as festas étnico-culturais como manifestação de hibridismo: Congado, Carnaval, Maracatu, Bumba-meu-boi, Reisado, Capoeira, festa de Iemanjá, Folia de Reis, entre outras.

Objetivos: 
- Analisar mitos e lendas da cultura brasileira e regional, tendo como ponto principal a série de animação brasileira "Juro que Vi".
- Estruturar pesquisas e entrevistas com a população da cidade acerca de lendas que conheçam.
- Documentar e analisar o material coletado.
- Trabalhar a legitimidade da documentação recolhida.
- Apresentar em grupos as lendas.

Aulas Previstas: 5 aulas em média

Recursos: O professor deverá ter em mãos um projetor para reproduzir um dos episódios da série "Juro que Vi" para os alunos. Existem 5 episódios, cada um deles tendo como foco uma lenda brasileira. Logo abaixo seguem os links dos vídeos disponíveis no YouTube.

O Curupira, série "Juro que Vi"

Saci, série "Juro que Vi"

O Boto, série "Juro que Vi"

Matinda Perera, série "Juro que Vi"

Iara, série "Juro que Vi"
(Este episódio está em baixíssima qualidade, não sendo aconselhável a reprodução em aula. Não há disponível na internet outro em melhor resolução, servindo somente para o professor ter uma noção de como as histórias foram construídas e qual é o intuito da série.)



1º Momento:
Num primeiro momento uma série de conceitos devem ser trabalhados com os alunos. Os principais que devem ser abordados com os alunos são os estabelecidos na habilidade 1.3 do CBC de História do ensino fundamental: cultura, mestiçagem e hibridismo. É importante que o professor busque o conhecimento prévio dos alunos acerca destes conceitos. Pela questão da faixa etária, obviamente não conseguirão estabelecer completamente essas ideias, mas deve-se buscar, ao máximo, uma aproximação antes da exposição. Algumas questões básicas podem direcionar melhor os alunos a pensarem sobre o assunto:

- O que vocês entendem como "cultura"? Sabem o que é?
- Quais são os exemplos que podemos dar de características de nossa cultura?
- Alguém pode explicar o que é "mestiçagem"? Quando alguém fala que algo é mestiço, o que ela quer dizer?
- Já ouviram falar a palavra "híbrido"? Ela está ligada à ideia de "hibridismo". O que acham que pode significar isso?

Deve-se também levar em consideração de sala de aula na exposição destes conceitos. Não é necessário aprofundar, entretanto, é fundamental que o aluno compreenda e consiga utilizá-los como instrumentos de análise posteriormente. O professor deve ter bastante atenção na exposição, principalmente, com a ideia de mestiçagem. Não podem haver mal-entendidos, muito menos usos equivocados dessas ideias, tanto pelo professor quanto pelos alunos.  Abaixo, segue uma forma sucinta que pode ser exposta posteriormente pelo professor. Eles serão fundamentais para as análises que poderemos fazer com os relatos coletados.

Cultura: É uma derivação de uma palavra latina, que significa cultivar. Cultura, então, é o que guardamos de características de nossa vida em relação à sociedade. São todos as aspectos que mostram nossas práticas, crenças, conhecimentos, moral, leis, costumes e visões de mundo. Tudo que demonstra a presença e/ou ação dos homens na realidade.

Mestiçagem: A mestiçagem acontece quando duas ou mais etnias se juntam. Quando povos diferentes se relacionam entre si. As pessoas que nascem desse relacionamento são mestiças, têm características físicas de duas ou mais etnias.

Hibridismo: O hibridismo aparece quando duas ou mais características culturais entram em contato, muitas vezes formando algo novo.



2º Momento:
Para iniciar o segundo momento, é usado como sugestão o primeiro vídeo, O Curupira. O professor pode usar qualquer outro que desejar, mesmo estando fora da série. A escolha dele veio justamente por estarem em forma de relato, alguém contando acerca do que viu. Isso será fundamental para os alunos no momento das pesquisas e entrevistas e, principalmente, para compreenderem a possibilidade de diferentes pontos de vista sobre uma mesma história.

Inicialmente, pergunte aos alunos se alguém deles conhece a lenda do Curupira. Caso contrário, apresente uma narrativa sucinta. O Curupira surgiu de lendas indígenas, em muitas regiões do Brasil também é conhecido como Caipora. Na época do Descobrimento, eram personagens diferentes com aspectos específicos, mas com o passar do tempo, sofreram hibridismo cultural. Sintetizaram inúmeras características das duas entidades num único ser. O Curupira, então, seria uma entidade que vive nas florestas, parecendo com um índio, com uma altura média de 1,50m e com cabelo e pelos vermelhos pelo corpo. Uma de suas características mais marcantes são seus pés virados ao contrário, que confundem as pessoas que tentam persegui-lo. Ele seria um ser neutro, nem bom, nem mau, agindo somente contra os que maltratam os animais e devastam as florestas. Para isso, ele cria trilhas falsas para se perderem, imita animais para confundir os caçadores e, o mais marcante, sempre quando está por perto é possível escutar seus assobios, também usados para assustar as pessoas. Para demonstrarem respeito, muitas vezes são deixadas oferendas na entrada da floresta para mostrar ao Curupira que não desejam fazer mal à floresta ou distraí-lo enquanto caçam.

Após explicar o que é a lenda, apresente dois pontos de vista sobre a mesma história. Primeiramente, leia para os alunos o trecho de uma fala de José de Anchieta, expondo acerca dos relatos que escutou dos que estavam aqui no Brasil logo após o Descobrimento. Após a leitura, questione os alunos acerca da posição do autor. Posteriormente, reproduza o episódio do Curupira da série "Juro que Vi". Abaixo, segue o texto para leitura.

"É coisa sabida e pela boca de todos corre que há certos demônios e que os brasis chamam Curupira, que acometem aos índios muitas vezes no mato, dão-lhes açoites, machucam-nos e matam-nos. São testemunhos disso os nossos irmãos, que viram algumas vezes os mortos por eles. Por isso, costumam os índios deixar em certo caminho, que por ásperas brenhas vai ter ao interior das terras, no cume da mais alta montanha, quando por cá passam, penas de aves, abanadores, flechas e outras coisas semelhantes, como uma espécie de oferenda, rogando fervorosamente aos Curupiras que não lhes façam mal."
José de Anchieta,  30 de maio de 1560.

Após a leitura e a reprodução do vídeo, questione os alunos acerca dos dois relatos, pontuando se eles tem a mesma posição ou não. Algumas perguntas pertinentes poderiam ser:

- Os dois relatos falam da mesma forma sobre o Curupira?
- Como o relato de José de Anchieta nos mostra o personagem?
- Como o relato da série "Juro que Vi" nos apresenta o Curupira?

Pontue sempre a diferença entre as versões, pedindo aos alunos que apresentem em quais pontos os relatos se diferem. É fundamental que compreendam que existem pontos de vista diferentes e que as lendas e mitos passam pelo mesmo processo.


3º Momento:

Num terceiro momento, após a consolidação e compreensão das etapas anteriores, deve-se iniciar o trabalho de construção dos instrumentos de pesquisa de lendas locais. É essencial que o professor construa esse aparato junto aos alunos. A participação deles no processo auxiliará para melhor viabilidade do trabalho em campo.

A pesquisa, ou entrevista, tem por objetivo fazer com que os alunos procurem pessoas que conheçam lendas ou mitos da cidade e/ou da região. Para tal, um roteiro deve ser construído com pontos básicos que todas as entrevistas devem ter. Pela idade dos alunos, até mesmo durante a construção dos instrumentos que serão usados, o professor deve orientar o direcionamento das pesquisas, fazendo com que os principais pontos necessários sejam abordados em cada história. Esses pontos são: qual é a lenda, quem é o personagem principal e, por último, se a pessoa conhece alguém que presenciou ou se o próprio entrevistado faz parte da história.

Um roteiro básico de acompanhamento poderia ser:

Nomes dos entrevistadores:

Nomes do(s) entrevistado(a)(s):

Personagem principal da lenda/mito/causo:

Relato:

O relato foi testemunhado por alguém?

Observações finais:
(Aqui devem ser explicitados dados como, variação da história ou mesmo a possibilidade de dúvida do entrevistado com relação à alguma característica. Este espaço deve ser reservado para que o aluno exponha pontos importantes que não foram levados em consideração nas questões anteriores.)

Muitas outras questões podem ser levantadas juntos aos alunos, tudo isso dependerá do contexto de sala de aula e do que será estabelecido entre na classe. Explicite cada item e determine o que de mínimo cada trabalho deverá ter. 

Para os grupos, determine entre 4 ou 5 alunos. Leve em consideração outras questões, como distância entre as moradias e/ou alunos que moram em zona rural. Como é um trabalho de campo, os alunos têm de ter facilidade para se encontrarem. Estabeleça também um número de dias e uma data limite para a entrega das entrevistas.



4º Momento:
Com o recebimento dos trabalhos, direcione os alunos à pesquisarem as lendas/mitos recolhidos. Diversas fontes podem ser usadas, como a biblioteca da escola e a internet. Será necessário tanto o documento produzido por eles quanto o máximo de informação que eles conseguirem sobre as histórias. Será relevante, também, encontrar histórias, relatos ou lendas parecidas, que entrem nos conceitos estudados nas primeiras aulas sobre o assunto. Essas comparações e análises podem ser de grande valia para o processo de pesquisa. Poderá ocorrer também a dificuldade de achar material de alguma história dos alunos, principalmente por causa do regionalismo de algumas delas.  Mas as comparações que poderão ser feitas entre outras histórias auxiliará nas análises. Não é necessário ter informações somente e estritamente sobre a lenda específica, na verdade, quanto mais informações e comparações puderem ser feitas melhor.

Isso deve ser feito, de preferência, na escola e com o acompanhamento do professor. Caso a escola em que o professor lecione não tenha disponibilidade de uma biblioteca ou mesmo de uma sala de informática, o professor pode optar e pedir que os alunos levem para a sala todo o material que encontrem para suas pesquisas.

O direcionamento do professor é fundamental para a relação das características culturais das lendas encontradas, principalmente no que se refere à origem cultural delas. Assim, o professor deve orientar essas comparações e auxiliar as análises dos alunos. Relembre sempre com a classe os conceitos de cultura e hibridismo anteriormente estudadas, e mais ainda, a questões do ponto de vista entre as lendas e mitos encontrados.


5º Momento:
Por fim, os alunos devem produzir murais para a apresentação destas lendas, que devem ser expostos para toda a escola, de preferência. O professor também deve estabelecer características básicas que devem aparecer nestes murais, como o personagem principal da lenda e suas características fundamentais. Um dia específico também pode ser estabelecido para que os alunos possam falar a todos acerca das entrevistas e fontes que acharam para concluir o trabalho. Essa apresentação além de uma difusão da cultura, faz com que os alunos trabalhem diretamente com inúmeros instrumentos de pesquisa, que podem auxiliar no trabalho de outras disciplinas.

No dia da apresentação, também podem ser reproduzidos todos os outros vídeos da série. Caso algum aluno tenha em seu trabalho o tema de algum episódio, ele pode e deve também usá-lo em suas análises na pesquisa.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nas escolas de Minas Gerais - Resolução nº 1159, de julho de 2008

Abaixo segue o link da Resolução nº 1159, de 16 de julho de 2008 da SEE-MG, que regulamenta o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígenas nas escolas de ensino fundamental e médio das escolas de Minas Gerais. Antes mesmo da homologação deste documento, desde 2005, o CBC de História já contemplava tais conteúdos, mais especificamente no 6º ano do ensino fundamental e no 1º ano do ensino médio, seguindo assim os parâmetros da Lei Nacional nº9394/96. Após passar por algumas reformulações, esses conteúdos acabaram por estar presentes também em outros anos. 

Pluralidade na organização indígena no Brasil da época do Descobrimento

André Pereira Rocha
Analista PIP CBC História
SRE Caxambu

Título: A pluralidade na organização indígena no Brasil da época do Descobrimento

Ano: 6º Ano

Tópico/Habilidade: 5. Os povos indígenas:  diversidade e migração / 5.1 - Analisar e compreender as especificidades e complexidades dos povos indígenas brasileiros à época de sua “descoberta” pelos europeus: origens, movimentos migratórios e diversidade lingüístico-cultural. e 5.2 - Diferenciar as principais “nações” indígenas brasileiras, especialmente as reconhecidas como presentes em Minas Gerais: Pataxó, Xacriabá, Krenak e Maxacali Caxixó, Aranã Paulíararu, Xucuru, Kariri.

Objetivos:
- Analisar textos e imagens acerca da presença indígena no Brasil antes e depois de Cabral.
- Analisar a visão dos europeus acerca das formas de organização indígenas.
- Relacionar a pluralidade da época do Descobrimento com a da atualidade.
- Reconhecer as diferenças, levando em consideração o tronco linguístico, entre os diversos povos indígenas.

Aulas Previstas: 3 aulas

Recursos:
Para esta aula, o professor deve entregar a cada aluno uma fotocópia com todos os trechos abaixo, retirados do livro "Os índios antes do Brasil". Para melhor visualização, um projetor deve ser usado para a apresentação das imagens já que sua visualização em pequena escala ou em fotocópia poderia prejudicar as atividades aqui propostas. O material está organizado na ordem em que devem ser usados.


Texto 1
"(...) o fato é que o litoral era dos Tupinambá e dos Guarani quando o Brasil foi descoberto. Esses dois blocos, contudo, não formavam duas grandes unidades políticas regionais: estavam divididos, nas palavras dos cronistas, em várias "nações", "castas", "gerações" ou "parcialidades", algumas aliadas entre si, outras inimistadas até a morte."
FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000, p. 74.


Mapa 1
Indígenas antes da chegada dos Europeus
Fonte: http://novahistorianet.blogspot.com.br


Mapa 2
Presença Indígena na costa brasileira a época do Descobrimento
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br



Mapa 3
Povos Indígenas do Brasil na época do Descobrimento
Fonte:http://1.bp.blogspot.com/_VjVboWJ6Vhs/TSN83Ekj3CI/AAAAAAAAAJw/3TuOEKYBWAY/s1600/TRIBOS%257E2.JPG


Texto2
"Várias aldeias ligadas por laços de consanguinidade e aliança mantinham relações pacíficas entre si, participando de rituais comuns, reunindo-se para expedições guerreiras de grande porte, auxiliando-se na defesa do território. As aldeias aliadas formavam núcleos de interação mais densa, nexos políticos no interior desses conjuntos maiores, designados na literatura como Tupiniquim, Tupinambá, Temomino e assim por diante. A realidade desses macroblocos populacionais, contudo, é incerta. Não sabemos como se distinguiam uns dos outros, nem como mantinham uma identidade comum. Qual era, por exemplo, a ligação com um determinado território? Qual a relação entre os Tupinambá do Rio de Janeiro e da Bahia, ou entre os Tupiniquim de São Paulo e do Espírito Santo?"
FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000, p. 76


Texto 3
"Tampouco havia chefes com poder supralocal. a estrutura da chefia era tão difusa e fragmentária quanto a das unidades sociais. Havia aldeias com um só chefe e outras em que cada maloca tinha um 'principal'; um deles poderia ganhar prestígio e se fazer ouvir mais que outros. em tempos de paz, porém, eram equipotentes, e as decisões políticas eram tomadas coletivamente pelos homens adultos. É possível que entre os Guarani a situação fosse algo diferente; alguns cronistas espanhóis os descreveram como divididos em províncias submetidas a um cacique principal e denominaram agregadas de aldeias como cacicazgos. Contudo, minha impressão a despeito da possibilidade de maior territorialização e centralização político-religiosa na área guarani, é de que a gente de Castela tinha mania de províncias e cacicados, projetando reinos por onde quer que andasse."
FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000, p. 77-78



Mapa 4
Povos indígenas hoje no Brasil
Fonte: http://josueldocunha.blogspot.com.br/2011/06/historia-do-brasil-culura-indigena.html



1º Momento:
Na primeira aula, o professor deve entregar as cópias com os trechos do livro "Os índios antes do Brasil" para todos os alunos e pedir para que eles façam uma leitura silenciosa. Neste momento, o professor deve direcionar os alunos a sublinharem as palavras que eles não conhecem o significado. Seria interessante se todos pudessem ter acesso a mini-dicionários para auxiliar na compreensão do texto. Caso a escola não possua material suficiente para todos, o professor pode preparar um glossário com as principais palavras que ele acredita que os alunos terão dificuldade, colocando junto à cópia entregue a eles.

Após a leitura de todos os trechos, primeiramente, discuta com os alunos acerca do que eles conhecem da cultura indígena. É importante ter noção do conhecimento prévio, pois ele auxiliará o direcionamento da aula. Após isso, leia junto com os alunos o primeiro trecho disponibilizado, o Texto 1. O objetivo desta aula é fazer com que os alunos falem o máximo possível acerca do que compreenderam dos textos e dos mapas. Assim, o professor deve criar um ambiente propício para esse propósito. Após a leitura, procure formular questões que instiguem os alunos a falar o que o autor está querendo com o texto. Após algumas respostas, mostre o Mapa 1 disponível e faça com que os alunos apontem o que está escrito no texto relacionando-o com o mapa. Caso haja dificuldade para a resolução das perguntas feitas, auxilie na compreensão, traçando uma linha de raciocínio juntos, sem necessariamente dar a resposta direta.

Explique, posteriormente, que as grandes divisões existentes entre os indígenas brasileiros é feita através do tronco linguístico e não da cultura desses povos. Então, povos de um mesmo tronco podem ter culturas bastante diferentes entre si. Após essa breve explicação, se possível, mostre os Mapas 1 e 2 ao mesmo tempo na projeção. Peça para eles relacionarem os dois mapas, apontando as diferenças e as similaridades, e lembre-se sempre de fazer a correlação ao Texto 1. Auxilie na análise, caso haja dificuldade, mostrando que o Texto 1 faz referência as diferenças nos dois mapas, que apesar das divisões em grandes povos indígenas, na verdade, existem milhares de culturas diferentes entre eles. Na época do Descobrimento, os portugueses não entraram em contato com um, mas com diversos povos diferentes no Brasil.



2º Momento
No primeiro momento, o objetivo era analisar as diferenças entre os povos indígenas, não havendo somente um com que os portugueses entraram em contato. Após compreender essa pluralidade, o foco se voltará às diferenças de compreensão, mais especificamente nas visões que os europeus tinham com relação à organização política desses povos.

Para iniciar a aula, o professor pode comparar os mapas 1 e 3, relembrando as questões da língua e da cultura, reforçando a ideia de que o terceiro explicita ainda mais as diferenças entre as línguas de mesmo troco. Lembre-se que o foco é fazer com que o aluno seja proativo, questione-os sempre.

Após a comparação dos mapas, siga para a leitura do Texto 2 junto aos alunos. Novamente questione-os acerca de suas principais impressões do trecho, sempre direcionando para a questão da imprecisão que temos com relação às organizações indígenas à época do Descobrimento e à cultura desses povos. Perguntas pertinentes poderiam ser:

- Todos os indígenas tinham as mesmas práticas?
- O autor saber exatamente como era a cultura e a organização política desses povos? Onde no texto podemos ver essa afirmação?
- Sabemos como esses povos se distinguiam?



3º Momento
Com o Texto 3, aprofundaremos ainda mais as questões políticas especificando sua figura central: o cacique. Mais uma vez, leia o texto junto com os alunos e questione a posição do autor com relação aos líderes. Aponte as diferentes funções e, principalmente, a visão dos europeus com relação à essa organização.

Podemos ainda utilizar esse texto para comparar a organização indígena no Brasil antes do Descobrimento com a organização de Portugal nos séculos XV-XVI. Essa comparação é essencial para mostrar aos alunos como, normalmente, as pessoas impõe visões e interpretações da realidade. Muito da História Indígena do Brasil foi construída sobre as visões dos portugueses e não necessariamente sobre o que os índios nos passaram. Isso se refletiu nas interpretações que tiveram e que temos hoje dessas sociedades. Sempre tentavam achar referências de suas organizações e estruturas em outros povos. Especifique bem que o conceito de "cacicado" foi construído por europeus, principalmente espanhóis, e não pelos povos indígenas, para explicar as organizações que existiam aqui no continente.

Com Mapa 4, devemos direcionar o olhar dos alunos para a compreensão da presença indígena ainda existente no Brasil, maior em algumas regiões e menor em outras. Podemos comparar esse mapa com os outros usados durante o trabalho para analisar a presença de determinados povos em relação à presença atual dessa população. Devemos ressaltar que há uma grande diferença entre as organizações antigas e as atuais das aldeias. Podemos pedir, ainda, que encontrem as principais tribos presentes no estado de Minas Gerais. Como o mapa usado não tem os estados delimitados, o professor deverá intervir caso necessário.

Por fim, podemos ajudar os alunos a sintetizarem suas análises em um texto redigido com o auxílio e direcionamento do professor. Estruture pontos básicos que todos devem ressaltar na produção, como a diferença entre os povos indígenas brasileiros, a visão construída pelos europeus acerca da organização e relação entre esses povos e, principalmente, sobre as ideias políticas que os espanhóis e portugueses criaram para explicar as estruturas políticas existente. Mas atenção, não seria viável somente um resumo do conteúdo, os alunos devem sintetizar todas as análises feitas por eles e pelo professor em seus trabalhos. Para isso, o auxílio na organização das ideias e para montar o corpo pelo professor é essencial para as crianças.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Material didático disponível no site da TvEscola

No site da TvEscola está disponível um acervo de material didático muito rico e que pode auxiliar demasiadamente o professor em seus planejamentos. Primeiramente, existe uma página específica com sugestões de projetos e aulas chamada Dicas Pedagógicas. O material está organizado levando em consideração a programação exibida pelo canal. Muitas escolas estaduais de Minas Gerais têm em seus acervos diversos dvds com os programas da TvEscola, isso pode auxiliar as que têm dificuldade em disponibilidade de internet e o uso de computadores. Abaixo seguem os links com as sugestões para o Ensino Fundamental e Médio.


Além do material de sugestões, o canal também disponibiliza grande parte de seus programas para serem assistidos online, na sessão Videoteca. Para assistir aos vídeos é necessário, primeiramente, realizar um cadastro com o site, somente após isso será possível assistir aos vídeos. O cadastro é gratuito e o professor ou a escola podem fazê-lo. Para realizar o cadastro basta apenas abrir qualquer vídeo que antes da visualização aparecerá a opção.